Título do workshop: ‘Cena de Formação’: a narração de um testemunho impossível
PESQUISA DE DOUTORADO APOIADA PELA ‘FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA DO ESTADO DE SÃO PAULO – FAPESP’, intitulada: ‘Assistir e ser assistida: estética existencial em Temor e Tremor, de Søren Kierkegaard’ [Teatro Educação/ ECA/USP, orientada por Flávio Desgranges]
Sobre a proposta do workshop para a cidade de Curitiba/PR, no dia 23 de outubro de 2016, a convite do Entretantas Conexão em Dança [http://entreconexao.blogspot.com.br/], contando ainda com participantes do Boca Bendita, e demais convidadas:
Partilha de leitura do ‘stemning’ (em dinamarquês: estado de espírito, disposição, ânimo, tonalidade afetiva, afinação, atmosfera) da obra Temor e Tremor, lírica dialética de Søren Kierkegaard. É por via do stemning que a obra é apresentada, tomando o episódio bíblico do ‘sacrifício de Abraão’ (Gênesis 22) como ‘cena de formação’ de um movimento estético-existencial, em que o texto ‘encena’ respostas narrativas, nascidas da urgência de seu narrador por viver um testemunho que, entretanto, jamais poderá ser retomado tal qual originalmente narrado em seu contexto bíblico.
Formato do workshop: constitui-se como uma ‘partilha da partilha’, isto é, uma etapa de minha pesquisa de doutorado, em que as proposições estéticas lançadas a quatro atores [Caio Paduan, Eduardo Leite, Giulian Batista e Otacílio Alacran], uma cineasta [Thais de Almeida Prado] e um filósofo [Vinícius de Castro Soares] são compartilhadas, em um novo formato, com um público misto, constituído por pessoas que tanto já têm uma vivência prévia com o material textual como pessoas que desconhecem o texto. Durante o encontro, realizamos leitura sensível do stemning da obra, seguida da exibição do ‘processo de produção’ [making of] intitulado ‘Sobre o Assistir, filme-testemunho em minisséries’. O making of exprime o meu testemunho como pesquisadora, bem como da cineasta participante [Thais de Almeida Prado], acerca do modo como assistimos à leitura dos artistas convidados para ‘responderem’ esteticamente a questões propostas acerca do stemning, na forma do ‘Livro de Cultivo’, método-objeto que concebi para abordar a relação entre o assistir e o ser assistida.
Breve nota sobre a estrutura da obra em pesquisa:
Temor e Tremor, lírica dialética, publicada em 1843, em Copenhague, assinada pelo pseudônimo Johannes de silentio, estrutura-se em: Prólogo/Prefácio, seguida do Stemning e de um ‘Elogio a Abraão’; na sequência, apresenta a Problemata, em que se aborda o relato a partir de uma introdução, intitulada de ‘Expectoração Preliminar’, seguida de três perguntas centrais: ‘Haverá uma suspensão teleológica do ético?’; ‘Haverá um dever absoluto para com Deus?’; ‘Terá sido eticamente defensável da parte de Abraão ter mantido silêncio sobre o seu propósito perante Sara, Eliezer e Isaac?’; a escritura é concluída por um Epílogo.
Referência bibliográfica principal:
Kierkegaard, Søren. Temor e Tremor. Tradução, Introdução e Notas de Elisabete M. de Souza. Lisboa: Relógio d´Água Editores, 2009.
AGRADECIMENTO IMENSO ÀS PARTICIPANTES
QUE ME OFERECERAM SEU OLHAR E ACEITARAM O MEU!
Muito obrigada ao ‘ENTRETANTAS CONEXÃO EM DANÇA’: Gladis Tridapalli, Ludmila Veloso, Mábile Borsatto, e demais participantes do grupo que apoiam a pesquisa; ao ‘BOCA BENDITA’: Edelise Scharam, Fátima Ortiz, Joanita Ramos, Lidia Hayashi, e a presença ‘fílmica’ de Thais de Almeida Prado; e às participantes: Ariadne M. B. Lipinski, Cinthia Kunifas, Fernanda Dantas, Gabriela Guimarães de Nardon, Iris Mackoviak, Luísa Ruaro Bortoli, Mariah Sumikawa Spagnolo.
FOTOS: Andreia Porto [andreiaporto@gmail.com]
VOZ EM OFF NO VÍDEO DE ABERTURA: gentilmente gravada por Eva Eiler Nielsen [canção de ninar dinamarquesa chamada ‘Den Lille Ole’]
